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Cultura | 30/08/2015

Paulista, 1995-2005: decadência da indústria têxtil e início da recessão

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Os anos 90 foram marcados pela forte recessão econômica e crescimento do desemprego em Paulista. A Companhia de Tecidos de Paulista (CTC), embora tenha trocado parte de seu maquinário, viveu um processo de desmonte de suas fábricas, já sucateadas (Fábricas Arthur e Aurora) que interromperam suas atividades no início dos anos 90. Essa época foi caracterizada pelo final do período do “pleno emprego”, com a constante diminuição dos postos de trabalho, mesmo diante do novo distrito industrial. 

 

O grupo Lundgren, também era dono de uma das maiores redes de loja varejista do país – mais de 800 lojas em todo o Brasil, por onde escoavam suas mercadorias e tecidos: As Lojas Paulista e depois Casas Pernambucanas (logo após a Revolução constitucionalista de São Paulo em 1932), decretou a falência de sua rede, sendo comprada por outro grupo.

 

Se no passado a identidade do Paulista era o trabalho, na medida em que a cidade vai perdendo sua característica operária e fabril, com a diminuição do emprego e o fechamento das fábricas da CTP (ainda que com o surgimento de outras fábricas, sediadas no novo parque industrial), essa identidade começou a se fragmentar.

 

 

O que antes eram apenas as vilas operárias e as modestas casas e cortiços dos bairros de Paratibe, Mirueira, Vila Torres Galvão, Abreu e Lima (emancipada em 1982) e as praias, ganhou agora, a companhia de grandes conjuntos habitacionais, que trouxeram para Paulista, moradores do Recife, da RMR e do interior do Estado, numa nova escalada migratória.

 

Essa nova população, com pouco contato com a memória da cidade, sem referência familiar ou cultural, vive uma espécie de estranhamento com a realidade local, presente desde o período de adaptação aos dias atuais. Apenas as narrativas dos que nasceram em Paulista, somente a memória coletiva, repassada de geração a geração foi capaz de preservar as raízes históricas do município.

 

E mesmo com uma forte contribuição da História oral nesse processo, parte dessa memória permaneceu subterrânea por vários anos, até que a cidade deixasse não apenas de ser dominada pelos Lundgren, mas que seus vestígios de influência mais hegemônica desaparecessem do seu coridiano.


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