Saúde | 03/10/2019
Saúde promove formação sobre esporotricose para médicos e enfermeiros do Paulista
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Médicos e enfermeiros que atuam na rede de saúde do Paulista participaram de uma formação nesta quinta-feira (03.10) sobre a esporotricose, uma doença provocada por fungo que afeta humanos e animais como cães e gatos. A iniciativa, que foi coordenada pela equipe da Vigilância em Saúde, serviu para que os profissionais aprimorassem os conhecimentos e ainda pudessem tirar dúvidas sobre as formas de diagnóstico, transmissão e tratamento da enfermidade.
A formação foi conduzida pelo médico da rede Miguel Batista, que atua na USF José Borges II, na comunidade da Alameda Paulista. O profissional fez uma apresentação completa sobre a doença, mostrando, inclusive, casos de pacientes atendidos na unidade em que trabalha. Na visão do médico, a formação foi muito exitosa por ter preparado melhor os demais médicos e enfermeiros da rede sobre o assunto.
“A formação foi muito valiosa porque trouxe informações relevantes sobre a esporotricose. Embora essa doença não leve a óbito, afinal são raros os casos, ela exige atenção do profissional por causar lesões graves na pele. E não é só isso, também pode afetar alguns órgãos do corpo. Então, é preciso saber fazer o diagnóstico e tratar logo o paciente, além de orientá-lo caso a transmissão tenha partido do seu animal de estimação. Acredito que todos saem daqui muito mais preparados para encarar esse tipo de situação”, destacou Miguel Batista.
A opinião do médico é a compartilhada pelo enfermeiro Hélton Bruno Feitosa, que trabalha na USF Fragoso II, no bairro do Fragoso. “Já atendi duas pacientes lá na unidade com esporotricose. Quando recebi as duas mulheres, uma delas adolescente, tive que fazer o diagnóstico preciso, o que exigiu um pouco mais de estudo do caso. Hoje saiu daqui muito mais preparado para atender um usuário com a doença. A formação foi muito bom pra todos”, frisou.
A diretora de Vigilância Epidemiológica do Paulista, Ana Márcia Drechsler, reforçou que a formação também serviu para incentivar a notificação dos casos. “A esporotricose passou a ser considerada um agravo de notificação compulsória. Diante de um caso suspeito ou confirmado, os profissionais devem informar o fato para que possamos contabilizar os números e agir de forma conjunta”, disse.
ENTENDA - A esporotricose, em sua forma clássica, foi por muito tempo conhecida como “a doença do jardineiro”. Isso porque era comum acometer esses profissionais, assim como também agricultores ou outras profissões e indivíduos que tivessem contato durante atividades de lazer com plantas e solo em ambientes naturais onde o fungo estivesse presente. Além de atingir seres humanos, também acomete várias espécies de animais silvestres e domésticos, principalmente o gato e o cachorro.
Nos felinos, os sintomas são variados. Os sinais mais comuns são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. Em seres humanos, normalmente, a infecção se limita apenas à pele, mas há casos em que ela se espalha por meio da corrente sanguínea e atinge ossos e órgãos internos.
A doença não é considerada grave e tem cura. Porém, seu tratamento deve começar logo. São raros os registros de mortes em humanos. Quando não tratada corretamente, a doença pode levar também o animal à morte. Em humanos, o diagnóstico é feito por um médico dermatologista e o tratamento pode ser longo, por volta de três a seis meses, podendo chegar a um ano.
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