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Políticas Sociais | 07/01/2021

Como o Machismo ajuda a perpetuar o Racismo da Mulher Negra no Brasil

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A campanha da Coordenadoria de Igualdade Racial do Paulista traz uma reflexão para a mudança desse cenário

O dia das Mulheres nos traz a oportunidade de refletir mais profundamente sobre a necessidade de igualdade de direitos entre mulheres e homens. E como o machismo, alinhado ao racismo, retarda ainda mais essas garantias, principalmente quando falamos de mulheres negras.

De acordo com o Atlas da Violência 2020, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mulheres negras são as que mais sofrem violência doméstica. Além disso, 68% das mulheres assassinadas no Brasil são negras e as mulheres negras são as que mais denunciam os agressores e são as maiores vítimas de feminicídio.

A situação da mulher negra no mercado de trabalho é parte do cenário que perpetua o ciclo de pobreza e violência. A taxa de desemprego entre mulheres negras é de 17%, maior do que entre as mulheres brancas (11%) e o dobro da verificada entre homens brancos (8%). Os dados são de levantamento feito com base na média dos últimos quatro trimestres, pela PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

O que a frieza dos números nos mostra é que temos um caminho longo para mudar esse quadro. É muito importante que haja mais debate sobre o tema, e que se incentive ações realizadas pela sociedade civil juntamente com o poder público. Quando falamos de mulheres negras, os contextos sociais, econômicos e culturais influenciam diretamente a vida e a morte de cada uma dessas mulheres em nosso país. 

A campanha "Racismo é Crime. Denuncie!" - encabeçada pela Secretaria de Políticas Sociais e Direitos Humanos do Paulista, por meio da Coordenadoria de Igualdade Racial, busca empoderar e encorajar vítimas de crimes raciais a denunciarem seus algozes. A campanha defende a criação do diálogo como forma de empoderamento das mulheres negras e a construção de políticas públicas junto às demais secretarias do município, promovendo uma reflexão dos possíveis agressores.

A ação foi lançada no dia 1º de março e em todas as segundas-feiras serão publicados nas redes sociais da Prefeitura conteúdos informativos, dados e reflexões sobre racismo. Será representado como o racismo se apresenta em nosso cotidiano; quais são suas consequências; qual o gênero mais afetado pelo racismo; combater termos e vocabulário racistas e serão expostas de maneira elucidativa as consequências danosas desses crimes na sociedade. 

Entenda a diferença entre Homicídio e Feminicídio 

No contexto das causas em debate, é importante trazer a diferença entre os conceitos de homicídio e feminicídio. Homicídio é um conceito mais amplo e envolve assassinatos, seja ele por qualquer motivo e praticado por e contra qualquer pessoa, de qualquer gênero. Feminicídio, por sua vez, é um tipo específico de homicídio. É aquele praticado contra a mulher, pelo simples do fato de ela ser mulher. É um crime praticado contra uma mulher em razão de sua condição de mulher, e essa razão pode envolver misoginia e/ou discriminação de gênero.

De acordo com o Atlas da Violência 2020,, uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil — foram 4.519 mulheres assassinadas em 2018, um índice de 4,3 a cada 100 mil mulheres que moram no país. O comparativo entre 2008 e 2018 expõe ainda mais a desigualdade racial da estatística: neste intervalo de uma década, os homicídios de mulheres negras aumentaram 12,4%, enquanto os homicídios entre mulheres brancas caíram 11,7%.

 

A quem as vítimas de racismo devem procurar 

 

Disque Racismo 100

 

Polícia 190

 

Central de Denúncia Cidadã Pernambucana

0800.281.81.87

 

Coordenação de Igualdade Racial do Município do Paulista – igualdaderacial.social.paulista@gmail.com 


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