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Direitos Humanos/Cidadania | 26/01/2021

Paulista homenageia as religiões de matrizes afro-indígenas, em especial o Terreiro Axé Talabi pelos 30 anos

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O espaço é uma organização sócio-religiosa e desenvolve diversas ações nas áreas do patrimônio cultural, saúde, educação e cultura, que envolvem crianças, adolescentes, adultos e idosos no fortalecimento, promoção e registro do patrimônio cultural afro-indígena brasileiro


A Prefeitura de Paulista homenageia o Terreiro Axé Talabi pelos seus trinta anos de fundação, nas terras de Paratibe. A casa foi fundada no século passado, especificamente em 26 de janeiro de 1991, por Aguinaldo Barbosa de França - Aguinaldo de Xangô (Obá  Dodê) e Maria da Solidade de Sousa França - Mãe Dada de Orixalá (Tàlàbí Deyìn), no bairro de Paratibe. Atualmente a casa é liderada pela Iyalorixá Mãe Lú de Yemanjá e Pai Júnior de Odé herdeiros e filhos carnais dos fundadores.

O Ilé Àse Òrìsànlá Tàlàbí, nome de origem nagô, que significa: casa de força do grande orixá que nasce do pano branco, e está associado ao universo mitológico da divindade Orixalá, Orixá da criação na  mitologia yorubá, patrono do terreiro. O local é um espaço de resistência histórica que se perpetua em seus gestos, danças, indumentárias, cânticos, ritmos e o manejo tradicional da terra, das folhas e das águas, são alguns destes elementos, que compõem o conjunto de bens do patrimônio cultural material e imaterial, resguardados ao longo destes trinta anos.

Atualmente o Terreiro Axé Talabi é uma organização sócio-religiosa de grande atuação no estado de Pernambuco e no Brasil. Desenvolve diversas ações nas áreas do patrimônio cultural, saúde, educação e cultura. Atividades que envolvem crianças, adolescentes, adultos e idosos no fortalecimento, promoção e registro do patrimônio cultural afro-indígena brasileiro.


A herdeira da cadeira que preserva a tradição matriarcal da família, destaca que: “Estes elementos preservados no terreiro são fundamentais para o fortalecimento do axé. Axé é a energia que mobiliza a tudo e a todos, é o poder de realização mais importante para a vida, para o nosso bem-estar, para o nosso caminho e para nossa saúde física e espiritual. Por isso que para nós tudo tem o seu axé. A família, as folhas, as comidas e nosso corpo são cheios deste poder de realização. O axé que meus pais plantaram aqui neste terreiro é para que possamos mudar as nossas vidas, é um axé que transforma”, afirma a Yalorixá, Mãe Lú de Yemanjá.

Em 2015 o Terreiro Axé Talabi foi reconhecido como Patrimônio Cultural dos  Povos e Comunidades de Matriz Africana pelo Instituto do Patrimônio Histórico  e Artístico Nacional - IPHAN em virtude das suas ações de salvaguarda,  preservação, valorização e documentação do patrimônio cultural afro-brasileiro, que em razão da sua originalidade, excepcionalidade ou caráter exemplar,  mereceram divulgação e reconhecimento público.  


Em março de 2020, por conta da pandemia do Covid19, o conselho religioso decidiu suspender suas atividades, levando em consideração as orientações e recomendações dos órgãos competentes na direção de combater a disseminação do vírus. Desde então, e até que se estabeleça a normalidade de segurança da saúde pública, o conselho religioso da casa segue na direção de não retomar as festividades, visitas e atividades culturais abertas ao público, sendo realizados apenas os rituais internos estabelecidos pela vontade dos Orixás.


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