Português Italian English Spanish Francês
PAULISTA > Notícias > Paulista promove seminário para fortalecer a Educação de Jovens e Adultos

Educação | 10/10/2019

Paulista promove seminário para fortalecer a Educação de Jovens e Adultos

Compartilhe esta notícia:

A história de vida da aluna Laudicéa Paulina da Silva, 52 anos, retrata a realidade de muitos outros estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Paulista. A moradora do bairro da Mirueira abriu o coração nesta quarta-feira (10.10) durante um seminário promovido pela Secretaria Municipal de Educação, na Uninabuco, em Olinda. O relato da estudante, matriculada na Escola Professora Terezinha Camarotti, chamou a atenção de todos os participantes, reforçando a importância da modalidade de ensino voltada às pessoas que não tiveram acesso à escola na idade apropriada.


Em uma fala emocionante, Laudicéa contou que abandonou os estudos após a morte dos pais adotivos, quando estava na sétima série. Morando em casa de parentes, ela precisava se manter financeiramente, e por isso, começou a trabalhar. Depois chegou a hora de constituir família. E o marido, por incrível que pareça, não permitiu que ela voltasse à sala de aula. O tempo passou e chegaram os filhos, depois os netos. E a vida, sempre corrida, manteve Laudicéia longe da escola. Ano passado, quatro décadas depois, a moradora da Mirueira, enfim, criou coragem e decidiu voltar aos estudos. Mas, antes, ela recebeu um sinal.


“Depois de muito tempo cuidando da família decidi fazer um currículo para voltar ao mercado de trabalho. Ao entrega-lo numa loja, a funcionária logo foi dizendo que eu não teria chance por conta da minha baixa escolaridade. Na hora não acreditei. Foi quando caiu a ficha. Aí decidi voltar aos estudos. Entrei ano passado na escola e hoje não consigo deixar de assistir aula um dia sequer. Estou muito feliz. E faço questão de contar minha história para que outras pessoas se encorajem e decidam estudar novamente”, relatou Laudicéia.


O evento também contou com outros momentos emocionantes, como as apresentações realizadas pelos estudantes e professores das escolas Gelda Amorim e Geraldo Pinho Alves. A coordenadora do EJA no município, Júlia Emílio, comentou que o evento buscou despertar nos participantes a relevância do direito à educação, em uma perspectiva humana e emancipatória.


“A EJA é um direito constitucional, está na nossa Lei de Diretrizes e Bases, então é um direito que tem de ser assegurado. E para que seja assegurada também qualidade nessa modalidade nós temos que repensar práticas adequadas para os alunos. E é isso que a nossa gestão vem fazendo nas formações. Afinal, aqui nós estamos em uma formação também. E hoje estamos reunidos aqui para discutir a EJA como um direito humano, frente aos desafios da atualidade”, frisou a educadora.


Atualmente, 1,6 mil alunos estão matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na cidade. Ao todo, 15 escolas da rede oferecem a modalidade essa ensino. A expectativa é de que esse número aumente. “A educação não pode ser compreendida por uma perspectiva singular. Ela tem de ser sempre plural. A educação não é uma prática solitária. Não se faz educação sozinho. Nós fazemos educação. E é nesse espírito que nós queremos que a educação em nossa cidade, continuei reparando essa história nefasta de negação de direitos, de sujeitos que tiveram em sua história a negação de direitos de estar na escola. É por isso que continuamos na luta para que ocorra a ampliação das escolas que oferecem a EJA. Essa é uma pauta muito importante e que está na agenda da secretaria”, comentou o secretário-executivo de Desenvolvimento Educacional, Emanuel Souto.


Participaram do evento diversos profissionais da rede municipal como, professores, gestores, supervisores e apoio escolares. A iniciativa contou também com o envolvimento de educadores de municípios vizinhos, a exemplo de Recife, Olinda e Igarassu. Eles fazem parte do Fórum Metropolitano do EJA.  


Imagens:

Compartilhe: