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Cultura | 20/06/2016

A música que transforma histórias de vidas em Paulista

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O Teatro Paulo Freire, no Centro do Paulista, ficou lotado nesta segunda-feira (20.06) durante a III Mostra Cultural Ariano Suassuna. O evento, que acontece a cada semestre, reúne os alunos da escola de música da cidade para uma grande apresentação. Um espetáculo musical que encantou o público e também revelou muitas histórias de vida. Histórias de superação. Histórias de conquistas. Histórias de transformação!

 

Quando perdeu o marido há dois anos, a aposentada Maria José de Melo, 80, quase entrou em depressão. Ela precisava buscar forças para seguir adiante. Mas não bastava apenas isso. Era preciso ocupar a mente e acreditar numa nova paixão. Foi aí que a idosa conheceu o Centro Cultural Ariano Suassuna, no bairro da Vila Torres Galvão. Uma paixão avassaladora que serve de inspiração e de muito orgulho.

 

Primeiro ela começou com as aulas de teclado e depois pulou para o violino. Hoje, Maria José de Melo não desgruda do instrumento. “Passei por uma situação muito difícil após o falecimento do meu marido. Mas, hoje, eu posso dizer que me reencontrei. A música mudou a minha vida, e sem ela eu não consigo mais viver”, comentou a aposentada, que era casada há 52 anos, tendo nove filhos desse relacionamento.

 

Bem mais jovem e experiente no ramo, o músico Joaquim Azevedo, 39, estava em busca de novos desafios na carreira. Era preciso sair da zona de conforto. E para isso, ele precisava conhecer novos instrumentos e se aperfeiçoar. Foi assim que Joaquim deixou de lado a rotina de shows com o grupo de hip-hop que fazia parte e começou a frequentar o centro de música do Paulista.

 

As aulas de canto até empolgaram, mas ainda não era exatamente o que ele estava procurando. Foi durante as aulas de percussão que Joaquim se revelou.  “Estou fazendo parte de um grupo de forró pé-de-serra que está galgando espaço no mercado. Já gravamos um videoclipe que pretendemos publicar na internet. Posso dizer que já somos um produto do centro de música. E é assim que a gente vai ter condições de ganhar pelo nosso trabalho”, vislumbrou o músico, que não perde a oportunidade de orientar os novos alunos do centro.

 

Quem também sempre está disposto a ajudar os novatos é o professor de violino Edvaldo Lins, 85, que é considerado um grande exemplo de longevidade. “Trabalhei como chefe de escritório por 37 anos na fábrica da Poty, no bairro da Conceição, e lá me aposentei. E mesmo nessa função, quando havia possibilidade, sempre procurei mostrar aos meus colegas a minha aptidão com a música”, revelou o mestre, apaixonado pela rotina que leva atualmente.

 

Assim que saiu da empresa, ele continuou tocando e encantando as pessoas. Foi quando recebeu um convite para ensinar. “A paixão pelo instrumento me fez passar quase um ano como voluntário na escola de música. Foi quando recebi o convite para ser funcionário. Hoje eu trabalho e faço terapia ao mesmo tempo. É muito bom chegar a essa idade e ainda poder fazer o que gosto. Estou muito feliz. A música é a minha vida”, disse.

 

Atualmente, o Centro Cultural Ariano Suassuna possui cerca de 400 alunos, distribuídos em aulas de música (canto, instrumentos de corda, sopro, percussão, entre outros), cinema, teatro, dança e desenho/animação. O espaço, que funciona na Avenida Manoel Gonçalves, s/n, Vila Torres Galvão, é coordenado pela Secretaria Municipal de Educação, na pessoa do jovem Elson Sales.


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