Por Wagner Santos
A 51ª Corrida de Jangadinhas de Pau Amarelo, realizada neste domingo (21), transformou a orla de Nossa Senhora do Ó em um grande espaço de celebração da cultura popular, reunindo competidores, moradores e visitantes em mais uma edição de um dos eventos mais tradicionais do litoral pernambucano.
Reconhecida como Patrimônio Cultural, a largada ocorreu nas proximidades do antigo Bar da Codorna, em frente ao Bar Inverno e Verão, com percurso de ida e volta e retorno ao ponto inicial, onde também ocorreu a premiação. O evento contou com ampla participação do público e premiou os primeiros, segundos e terceiros colocados nas categorias masculina e feminina.
Idealizada pelo mestre jangadeiro Manoel Crins, a Corrida de Jangadinhas ultrapassa o caráter esportivo e representa um importante símbolo da identidade cultural de Pau Amarelo, preservando saberes tradicionais e fortalecendo o vínculo histórico da comunidade com o mar.
Durante o evento, Manoel Crins destacou o esforço coletivo que mantém viva a tradição ao longo de mais de cinco décadas. “Essa corrida só acontece porque muitas pessoas chegam junto e contribuem. Cada ajuda é importante. É uma luta para manter isso vivo, mas que vale a pena”, afirmou.
A participação de estreantes também marcou a edição deste ano. Entre eles, o terceiro sargento faroleiro da Marinha do Brasil, Miqueias Ximenes, de 32 anos, que participou pela primeira vez da corrida e avaliou a experiência de forma positiva. “Foi muito bom participar. O Manuel é um grande artesão e a gente tem que agradecer a ele por manter essa tradição viva. Isso aqui é mais que uma corrida, é um esporte que carrega história e cultura”, destacou.
Miqueias também afirmou que pretende voltar a competir nas próximas edições e demonstrou interesse em aprender a arte da confecção das jangadinhas, reforçando o caráter formativo e cultural do evento. “Pretendo voltar outros anos e gostaria muito de aprender a fazer essa arte também”, completou.
Ao final do evento, Manoel Crins reforçou o sentimento de gratidão e a esperança de continuidade da Corrida de Jangadinhas. “O mais importante de tudo é agradecer. Agradecer a cada pessoa que ajudou, que participou e que acreditou. É assim, com união, que a gente consegue manter essa tradição viva e fazer com que venham muitas outras corridas pela frente”, destacou.
Fotos: Juan Marvin / SEI