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Publicada em: 17/09/2025 - Saúde
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Em Paulista, I Seminário Municipal de Plantas Medicinais destaca saberes tradicionais e cuidados com a saúde mental



Por Renata Luna


Com o objetivo de promover a valorização dos saberes tradicionais e científicos sobre o uso das plantas medicinais, destacando sua contribuição para o bem-estar, o equilíbrio emocional e a promoção da saúde integral, a Secretaria de Saúde do Paulista, por meio da Coordenação de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), realizou, nesta quarta-feira (17), o I Seminário Municipal de Plantas Medicinais.


Profissionais da saúde, pesquisadores, estudantes e o público em geral participaram do evento, que aconteceu no auditório do Centro Administrativo de Paulista, em Maranguape I.


Na programação, houve palestras, momentos de troca de experiências e de relaxamento, incluindo um spa corporativo para os servidores, com massagem, ventosaterapia e auriculoterapia.


A psicóloga da rede municipal de Saúde, Mônica Soares, ministrou a palestra “Prevenção ao Suicídio: o escutar como caminho”, trazendo uma reflexão importante sobre a desmistificação do termo suicídio.


“Não podemos tratar o suicídio como um tabu. Falar sobre isso não estimula a prática, pelo contrário, contribui para a prevenção. O essencial é levar informação e orientação: como posso cuidar da minha saúde mental? Não existe uma forma direta de prevenir o suicídio, mas é possível reconhecer sinais e sintomas que o corpo manifesta e, a partir disso, buscar ajuda e apoio adequado. Precisamos desconstruir mitos e oferecer suporte real à população sobre essa questão tão delicada”, ressaltou a psicóloga.


A secretária executiva da Mulher do Paulista, Fabrina Juliana, também participou do evento, destacando o olhar mais humano e cuidadoso que a nova gestão tem voltado à população.


“Estamos aqui hoje vivenciando um momento especial, reflexo de uma gestão municipal que prioriza o cuidado com as pessoas. Um evento como este, voltado para as plantas medicinais, fala sobre cura interna e externa, sobre vida, propósito e energia”, declarou Juliana.


“As plantas emanam energia. Por meio da sabedoria ancestral e dos saberes populares, encontramos nelas propriedades que cuidam da nossa saúde mental, espiritual e física. Eu sou uma mulher ativista da fitoterapia”, completou.


Já a coordenadora de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do município, Dra. Luciana Albuquerque, destacou a importância de um novo olhar sobre o cuidado em saúde, especialmente durante o Setembro Amarelo.


“É fundamental compreender o ser humano de forma integral, valorizando não apenas o aspecto físico, mas também o emocional e o espiritual. Nada melhor do que o Setembro Amarelo para reforçarmos a importância de promover saúde e bem-estar. Precisamos de uma abordagem mais integrativa, que envolve o cuidado com amor e o uso das mãos como instrumento de cura", afirmou.


Luciana explicou que a Coordenação de Práticas Integrativas foi criada em 2023 e, desde então, vem desenvolvendo a construção da Política Municipal de Práticas Integrativas. Entre as propostas está a criação de um Núcleo Municipal de Práticas Integrativas, que já está sendo discutido junto à Secretaria de Saúde e deverá integrar o plano municipal da área.


"A procura por essas terapias têm crescido constantemente, o que comprova seus benefícios. Tanto os profissionais quanto os usuários do SUS estão cada vez mais conscientes de que essas práticas são uma forma essencial de cuidado à saúde", completou.


Saberes milenares


Uma das convidadas, Lúcia Maria Crispiano, conhecida como Mãe Lúcia de Oyá, destacou a importância dos saberes tradicionais, muitas vezes desacreditados por não estarem validados por diplomas acadêmicos.


Segundo ela, há um preconceito em relação a quem ensina sem formação acadêmica. “Hoje em dia, quem ensina sem um diploma é facilmente taxado de charlatão. Mas existe um tipo de conhecimento que a academia jamais poderá oferecer: o da vida. Esses saberes vêm da oralidade, da prática, da vivência passada de geração em geração”, explicou.


Ela também fez uma comparação com os hábitos de saúde de antigamente. “Não víamos tantas mulheres com câncer de útero. Isso porque a alimentação era diferente, a vida era diferente. Nós plantávamos e colhíamos o que comíamos. Criávamos nossos próprios animais. Tudo era fresco, natural. Hoje, comemos comida que passou meses congelada. Por mais tempero que coloquemos, ali já não há mais proteína, só sobra a palha”, ressaltou.


Mãe Lúcia ainda alertou para os impactos atuais desse cenário. “As mulheres estão adoecendo, e os tratamentos convencionais nem sempre têm resposta. Precisamos olhar para os saberes antigos com mais respeito”, concluiu.


Fotos: Renato Ramo e Bianka Neves.

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