Por Cátia Oliveira
Com foco na prevenção ao uso abusivo de álcool e outras drogas entre adolescentes, e na conscientização desses jovens dentro do ambiente escolar, foi realizada, na tarde da última quinta-feira (21), mais uma ação do projeto ‘Escola sem Drogas’, na Escola Municipal Maria Luzia Pessoa de Andrade, localizada em Paratibe.
A atividade reuniu mais de 30 estudantes do 7º ao 9º ano, com idades entre 12 e 17 anos. Na programação, exibição de curta-metragem e roda de debate com profissionais de saúde, que realizaram explanações sobre o tema, esclareceram dúvidas e acolheram relatos dos participantes. A iniciativa é promovida pela Secretaria de Saúde do Paulista, por meio do Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas Eliane Maria José Aguiar (CAPS-AD), em parceria com a coordenação do Programa Saúde nas Escolas.
Na ocasião, os profissionais do CAPS-AD Eliane Maria José Aguiar, o agente de saúde e educador Aguinaldo Felipe, juntamente com a psicóloga Mair Fonseca, realizaram explanações sobre as consequências sociais do uso de substâncias psicoativas e os danos que elas causam ao cérebro do jovem, ainda em fase de desenvolvimento na adolescência. Eles também ressaltaram os transtornos psíquicos, as compulsões e outras condições que podem ser desencadeadas pelo uso abusivo de drogas, além de apresentarem os tratamentos oferecidos pelo CAPS-AD.
“Como profissionais de saúde que trabalham com dependentes químicos, entre outros pacientes, sentimos essa necessidade de fazer um trabalho preventivo e também divulgar os serviços do CAPS, desmistificando o papel destes Centros de Atenção Psicossocial, pois nas palestras muitos jovens ainda têm a ideia equivocada de que o CAPS é um local destinado apenas a pessoas com transtornos mentais graves, o que reforça estigmas. No entanto, o CAPS não é um manicômio, e sim um espaço de cuidado, acolhimento e tratamento em liberdade”, destaca a psicóloga Mair Fonseca.
O gestor da unidade de ensino, Renato Vieira, felicitou a aproximação do Centro de Atenção Psicossocial a partir da ação realizada na escola. “Uma atividade como essa quebra o gelo e aproxima o CAPS da sociedade que, muitas vezes, tem medo dele. E, no momento que ele vem na escola, facilita o acesso aos serviços que oferecem, pois os alunos podem informar aos familiares e colegas que precisam de tratamento e isso é muito benéfico”, afirmou.
O papel da escola
O condutor da palestra, Aguinaldo Felipe, destacou o caráter social da iniciativa e a importância do papel da escola frente à temática das drogas. “Esse trabalho tem um viés social grande pois sabemos que as drogas estão muito próximas da violência social, da criminalidade, e a nossa proposta é orientar esse aluno, a partir de informações técnicas, de todo o processo da dependência química e quanto isso gera de transtorno social. E é importante que a escola seja um ponto de conscientização e de apoio para essa garotada”, ressaltou.
A professora Sandra Barbosa reforçou a importância de se refletir sobre a temática no ambiente escolar. “A atividade foi muito pertinente, porque reflete a realidade dos nossos alunos, de seus familiares e também das pessoas ao redor da comunidade como um todo. Isso faz parte do cotidiano deles, e muitos já vivenciam situações envolvendo drogas ilícitas. Inclusive, um deles trouxe um relato como forma de alerta aos demais. É de suma importância que haja uma conscientização do nosso alunado”, salientou.
O projeto ‘Escola sem Drogas’, implementado com o apoio do CAPS-AD Eliane Maria José Aguiar, em Maranguape I, integra a política municipal de saúde mental e prevenção ao uso de álcool e outras drogas, criada em 2021. Retomada em abril deste ano, a iniciativa deve percorrer outras unidades de ensino ao longo do calendário escolar, com a meta de visitar duas escolas por mês.
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