Mães e responsáveis de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) participaram, na manhã desta quarta-feira (16.08), de uma roda de conversa no novo Espaço de terapia comunitária integrativa da unidade. A iniciativa aconteceu no Centro Integrado de Habilitação e Reabilitação Criança Feliz, na Vila Torres Galvão. No ambiente são realizados encontros voltados à troca de experiências sobre TEA. A iniciativa é uma ação da Secretaria Municipal de Saúde.

O diagnóstico de autismo traz grande impacto para a rotina familiar, podendo ocasionar sobrecarga física e mental, altos níveis de estresse e baixo índice de qualidade de vida para seus integrantes. Sendo assim, a convivência com outros responsáveis de autistas possibilita a oportunidade de trocar experiências sem julgamento, o que é fundamental para estabelecer um espaço de compreensão mútua.

Uma das integrantes do primeiro grupo de 15 mães que estão participando de encontros mensais é Vitória Saraiva, mãe de José Zack, de 6 anos, diagnosticado com autismo aos 2 anos de idade. “Eu me sinto acolhida por todos os profissionais que trabalham no Centro. Há humanização e amor no atendimento. E não encontro outra descrição para eles, que cuidam do meu filho e de mim: são anjos que me fortalecem. Hoje, participei do primeiro encontro de pais, e volto para casa com a consciência da importância do meu papel na terapia do meu filho”, declarou.

O espaço assiste, atualmente, crianças e adolescentes que contam com uma equipe composta por profissionais nas áreas de psicologia, neuropsicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, assistência social e psicopedagogia. Durante os encontros, as famílias participam de dinâmicas, recebem orientações sobre o universo do TEA e compartilham experiências das particularidades dos seus filhos.

“É muito significativo, pois nessas reuniões, encontramos espaço para falar do assunto com quem entende e vive a mesma situação. É um momento único e de grande importância que, além de nos orientar com nossos filhos, ainda nos ajuda a lidar com a nossa ansiedade e sentimentos”, afirmou a moradora do bairro, Geyse Neli, mãe de Ana Neli, de 4 anos.

Segundo a psicóloga Mitilene Batista, para ajudar a criança com o espectro do autismo, é preciso entender o transtorno, o que justifica a importância do grupo de pais. “A proposta é inserir a família no contexto da terapia. Cada uma recebe todas as orientações sobre o atendimento e a conduta realizada pelos profissionais. Os pais participam do programa da terapia e são incentivados a assumir o importante papel de dar continuidade, em casa, do que for indicado pelos pelos profissionais”, explicou a psicóloga.

Na ocasião, a diretora do Centro Integrado de Habilitação e Reabilitação Criança Feliz, Yzabela Gondim, explicou que, geralmente, o caminho até o diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo costuma ser longo e cansativo para os pais, com fases de angústia e incertezas. “Entendemos que receber o diagnóstico do filho gera uma série de emoções muito fortes para a família, por isso temos a preocupação em atuar com os pais. Com os encontros, o desafio é avançar nos pontos das limitações e dificuldades, e enfatizamos as possibilidades e potencialidades das crianças. A iniciativa é fundamental para a conscientização e sensibilização da população em relação ao autismo, além de contribuir para a promoção de políticas públicas que garantam o pleno desenvolvimento e inclusão social das pessoas com autismo.”, ressaltou.

Com a aceitação, comparecimentos e a pedidos das mães, a Assistência Especializada da Secretaria de Saúde do Paulista estará realizando os encontros mensais, e desde já convidam as mães que não participaram a estarem presentes no próximo encontro, programado para o dia 30.08, na mesma unidade.