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A organização foi criada em defesa do patrimônio histórico e cultural da Cidade do Paulista e do Litoral Norte de Pernambuco, zelando pela memória e identidade locais

O Movimento Pró-Museu, sediado na Cidade do Paulista e presidido pelo historiador Ricardo Andrade, completou 15 anos neste mês de outubro. A sessão solene em celebração ao aniversário do grupo foi realizada na noite desta terça-feira (05), no auditório do Centro Administrativo da Prefeitura de Paulista. Na ocasião, o Grupo Flabelo Encantado, fundado em 2009, tocou músicas carnavalescas locais, enaltecendo a cultura paulistense e pernambucana.

O Pró-Museu surgiu em 2005, em decorrência da luta pelo tombamento da Casa Grande e Jardim do Coronel, da família Lundgren, e sua transformação em Instituto ou Fundação Cultural. 

A organização trabalha em defesa da preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade do Paulista e do Litoral Norte do Estado de Pernambuco, cuidando da memória e da identidade da região. É composta por historiadores, advogados, artistas e estudantes, contando desde o início com o apoio de setores da Igreja e da Academia de Letras e Artes do Paulista, além de vários atores sociais. 

"O Movimento surgiu quando eu escrevia minha dissertação de Mestrado sobre o centro histórico da Cidade do Paulista. Sou membro do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio, e defendemos a inclusão dos dois galpões da Fábrica Aurora no perímetro de tombamento e sua transformação no Memorial da Indústria Têxtil da América Latina", disse o presidente do Movimento Pró-Museu, Ricardo Andrade.

Foram homenageados na cerimônia o Padre Adriano Chagas; Jorge Carreiro, secretário de Projetos e Programas; Bernadete Serpa Lopes, escritora e poetisa; Amaro Poeta, presidente da Academia de Letras e Artes de Paulista (ALAP); o professor José Ricardo; Wlademir Oliveira, historiador do Arquivo Público de Pernambuco; Marcelo Feijó, representado pelo seu filho Marcelinho Feijó; Djalma Costa, servidor municipal; Joel Andrade, autor do Hino da Cidade do Paulista; a professora Judite Andrade; Isaac Ramos, secretário executivo de Turismo, Cultura, Esportes e Juventude.

Campanha dos Cartões Postais de Paulista

Em 2006, o Movimento Pró-Museu realizou um seminário sobre o centro da cidade, formulando, em 2007, um projeto intitulado “Cartões Postais do Paulista”. A iniciativa visou sensibilizar, sobretudo as novas gerações, acerca da importância do patrimônio histórico e cultural do município. Os locais destacados são chamados de “lugares de memória”.

Entre 2007 e 2010, foi realizada a escolha dos cartões postais. Os vencedores foram a Igreja de Santa Isabel (1ª fase), o Forte de Pau Amarelo (2ª fase), o Pontal de Maria Farinha (3ª fase) e a bandeira da Cidade do Paulista (4ª fase). A campanha foi realizada em quatro etapas: patrimônio material do século XX, patrimônio material do período colonial, patrimônio imaterial e patrimônio natural.

A votação teve participação de trabalhadores e moradores da cidade, que votaram por meio do site do movimento e de urnas da Rede Globo Nordeste, contando com a cobertura do telejornalismo durante a programação da emissora.

Tombamento

Em 2018, a Igreja de Santa Isabel foi tombada pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural. O procedimento ocorreu oito anos após o pedido feito pelo Pró-Museu. 

“Escrevi a carta solicitando ao Conselho Estadual de Preservação o tombamento da Igreja de Santa Isabel. Em 2014, anos antes do tombamento da Igreja, nas nossas lutas, fizemos abraços à Casa Grande e Jardim do Coronel e em torno da Igreja de Santa Isabel, com a participação da sociedade em geral”, disse Ricardo Andrade.

O templo integra agora o conjunto de edificações construído no período de prosperidade industrial da cidade e protegido por lei. Entre essas construções, estão também as chaminés da Fábrica Aurora, a chaminé da antiga fábrica CTP (Companhia de Tecidos de Paulista), a Casa da Administração, o cruzeiro da Fábrica Arthur e a Casa e Jardim do Coronel.