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Saúde | 23/08/2016

Animais domésticos podem transmitir diversas doenças graves para os humanos

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Ter cão, gato ou pássaro em casa exige cuidados com patologias animais que são transmitidas para o ser humano. As chamadas zoonoses são doenças, em geral infecciosas, passadas pelos bichinhos por causa da convivência próxima ou pela ingestão de animais doentes. Estes animais podem ser domésticos, silvestres ou pragas. Dados da Organização Mundial da Saúde confirmam que na última década 75% das novas enfermidades que afetaram a saúde humana foram causadas por patógenos de origem animal.

 

Em geral, os vetores de transmissão estão presentes nas fezes dos bichos, como no caso da toxoplasmose, bicho geográfico e psitacose, conhecida como febre do papagaio. A maneira mais simples de combater a zoonose é mantendo o ambiente limpo e adotando alguns cuidados básicos no recolhimento das fezes. Visitas frequentes ao veterinário também estão entre as indicações. Manter as unhas dos animais bem cortadas, a carteira de vacinação em dia e o rigor na tosa estão entre as práticas mais aconselháveis para garantir a saúde da família.

 

Confira algumas das zoonoses mais comuns:

 

- Toxoplasmose

Pode ser adquirida pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, por carnes cruas ou mal passadas, principalmente e de porco de carneiro, que abriguem os cistos do protozoário Toxoplasma gondi. A toxoplasmose pode ser transmitida da mãe para o feto, mas não se transmite de uma pessoa para outra.

 

- Ancilostomíase ou Larva migrans cutânea (bicho geográfico)

É encontrada por toda parte onde se encontrem cães e/ou gatos infectados com ancilostomídeos, sobretudo A. braziliense eA. ceylanicum. O problema é mais frequente em praias e em terrenos arenosos, onde esses animais contaminam o meio com suas fezes. As crianças contaminam-se ao brincar em depósitos de areia para construção, ou nos tanques de areia dos locais destinados à sua recreação. Todos os animais domésticos devem ser tratados sistematicamente e com regularidade para prevenirem-se as reinfeções.

 

- Raiva

É uma doença provocada por vírus e acomete animais e seres humanos. Transmitida por cão, gato, rato, bovino, equino, suíno, macaco, morcego e animais silvestres, através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele lesionada por animais raivosos. Os animais silvestres são um reservatório primário para a raiva na maior parte do mundo, mas os animais domésticos de estimação são as principais fontes de transmissão para os seres humanos. Por isto animais domésticos devem ser vacinados anualmente contra a raiva.

 

- Dipilidiose

A infestação é extremamente comum em cães e, em menor extensão, em gatos. Os seres humanos podem tornar-se infestados com a forma adulta do cestódio (vermes chatos na sua forma) dipylidium caninum, em seguida à ingestão do hospedeiro intermediário, a pulga. Normalmente a infestação nos seres humanos exibe sintomas clínicos, ocorrendo com maior freqüência em crianças jovens.

 

A dirofilariose humana é raramente reconhecida. Quando ocorre, é causada pela instalação de larvas mortas do parasita nos pulmões. Essas são diagnosticadas por meio de radiografias. Requer biópsia cirúrgica e avaliação histológica, para a confirmação do diagnóstico e eliminação de condições mais sérias.

 

- Leptospirose

Bastante comum em épocas de chuvas, é uma doença causada por bactéria, a Leptospira ssp, afetando a maior parte dos animais, inclusive o homem. É transmitida através da urina, água e alimentos contaminados pelo microorganismo, pela penetração da pele lesada, e pela ingestão. O cão e outros animais como, por exemplo, o rato, o bovino e animais silvestres também podem contrair a doença e transmiti-la. Os principais sintomas são febre alta, dores musculares, alterações urinárias e hepáticas.

 

- Dermatomicose

A transmissão pode ocorrer de forma direta entre cães e gatos. Em pesquisa, até 30% dos casos em áreas urbanas foram associados a contato direto com animais. Os proprietários dos animais devem ser aconselhados a lavar bem as suas mãos após a manipulação de cão ou gato infectado, e a não permitir que seus filhos brinquem com os animais, até que o tratamento tenha resolvido a moléstia.

 

- Esporotricose

É uma moléstia crônica causada por sporothrix schenckii. Pesquisas indicam que os cães e mais raramente gatos infectados podem transmitir diretamente a infecção para os seres humanos. Os principais sintomas no período de incubação ( que pode durar de dias a até 3 meses) são geralmente lesões de pele.

 

- Psitacose

É uma doença transmitida por aves como papagaios e ocorre por via respiratória, por meio da aspiração de poeira contaminada pelos dejetos de animais doentes ou portadores. A transmissão respiratória de pessoa a pessoa pode acontecer, mas é um evento raro e ocorre somente na fase aguda da doença. Uma vez no corpo do infectado, permanece incubada por um período de uma a quatro semanas e o período de transmissibilidade pode durar semanas ou meses.

 

Sintomas característicos são febre, prostração, tosse, cefaléia e calafrios, acompanhados de comprometimento das vias aéreas superiores e inferiores, mais raramente, um quadro pulmonar semelhante a uma pneumonia atípica. Essa infecção, geralmente, é leve ou moderada no homem adulto, rara em crianças e mais grave em idosos que não recebem o tratamento adequado.

 

- Histoplasmose

É provocada por fungos encontrados em fezes secas de passarinhos, pombos e morcegos. A contaminação geralmente ocorre através da inalação ou respiração do ar contaminado com as fezes desse animais, ao fazer limpeza ou ao adentrar locais por eles habitados. Os principais sintomas são febre, gânglios ou “ínguas” no pescoço, virilha ou debaixo do braço, infecção pulmonar, úlceras na pele, anemia e diminuição do número de células brancas do sangue responsáveis pela defesa contra infecções.

 

- Pulgas e ácaros de sarna

A sarna canina e felina e pulgas têm um grande potencial infeccioso. Em seres humanos é geralmente autolimitante, mas pode voltar se não for curado o animal ou não for feita a higiene adequada do ambiente.

 

Com informações da Fundação Nacional de Saúde, Centro Nacional de Epidemiologia – CENEPI e Ministério da Saúde.


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